FIisioterapia Pélvica: que recursos terapêuticos utiliza?

Oi pessoal tudo bem? Hoje resolvi postar sobre os recursos terapêuticos mais utilizados nas sessões de fisioterapia pélvica. Obviamente há outros (na verdade, são muitos e o texto sairia gigantesco e ainda assim ficaria incompleto). Muitos deles já foram comentados neste blog. Mas vamos lá!


 Principais Recursos Fisioterapêuticos

Toque Bidigital ou Unidigital: Indispensável para avaliação e tratamento do assoalho pélvico. Nenhum recurso fisioterapêutico substitui o toque do fisioterapeuta pélvico, que pode ser intra-vaginal, intra-anal ou na região entre a vagina e ânus (externamente, no centro tendíneo do períneo). Mas não se preocupe: o toque é suave, com luvas e uso de gel lubrificante e é feito após explicar o procedimento ao paciente. O paciente não sente desconforto.

Toque unidigital


Cinesioterapia (Treino Muscular do Assoalho Pélvico / Exercícios de Kegel / NeoPompoarismo): O treinamento muscular  do assoalho pélvico, que pode ser feito com ou sem ajuda de aparelhos, é o que proporciona ganho de coordenação, força, resistência e potência ao assoalho pélvico. Pode ser realizado com o paciente em vários posicionamentos e situações funcionais (AVDs), inclusive com uso de bolas suíças.


Massagem perineal: Realizada no assoalho pélvico proporcionando relaxamento e alongamento muscular, especialmente quando houver hiperatividade muscular.


Eletroestimulação: Utilizando a corrente FES, proporciona estímulo à contração muscular. Pode ser combinada com exercício ativo do paciente. Pode-se também utilizar a corrente TENS no nervo tibial posterior do paciente, colocando os eletrodos na perna. Com isso, a corrente percorre no nervo tibial posterior, chega na região sacral e encontra o nervo do assoalho pélvico, normalizando sua atividade. Essa técnica é bastante utilizada no tratamento da bexiga hiperativa.

Eletroestimulação no Nervo Tibial Posterior


Biofeedback (Eletromiográfico/Pressórico): O termo “biofeedback” relaciona-se à resposta ao paciente, podendo ser através de estímulo sonoro, visual e/ou sensitivo. O biofeedback eletromiográfico diferencia-se do pressórico por captar o potencial de ação (estímulo elétrico) muscular, proporcionando isolamento de musculatura acessória, o que torna o trabalho muscular fidedigno. Em pesquisas científicas, utiliza-se o biofeedback eletromiográfico.


Tela do Biofeedback Eletromiográfico


Epi-No: O Epi-No é um dispositivo desenvolvido na Alemanha para gestantes (modelo Delphine Plus), onde se trabalha tanto treinamento muscular como alargamento (alongamento) do períneo, além de treino de nascimento (parto vaginal). A utilização correta do Epino proporciona um parto mais confortável e sem cortes (episiotomia/lacerações).

EpiNo


Cones Vaginais: São pequenos pesos utilizados intra-vaginal, objetivando o ganho de força muscular. Devem ser adequados a cada paciente, e seu uso é individual.

Cones Vaginais


Bolas tailandesas: As bolinhas tailandesas, ou bem wa, são úteis no treinamento de força e coordenação motora perineal. São de uso individual.


Bolas Tailandesas

Dilatadores Vaginais: Desenvolvidos para tratamento do vaginismo, os dilatadores vaginais são utilizados para dor genito-pélvica associada à penetração, proporcionando relaxamento muscular.


Dilatadores Vaginais


Bullet Vibratório: Pequeno vibrador, também conhecido como “cápsula vibratória”. Pode ser utilizado como resistência para treinamento muscular e tratamento de disfunções sexuais. Outros vibradores também podem ser utilizados.


Bullet Vibratório


Bomba Peniana (dispositivo à vácuo): a bomba peniana é utilizada no  tratamento da disfunção erétil. Ao colocar no pênis a bomba cria um vácuo (pressão negativa), "atraindo" o sangue para a região proporcionando uma ereção. Com isso o pênis fica "acostumado" a ter ereções, facilitando a obtenção de ereções espontâneas (quando o homem estiver naturalmente excitado). A bomba peniana não deixa o pênis maior nem mais grosso (isso é um mito), mas sim ajuda na qualidade das ereções. Seu uso deve ser orientado pelo fisioterapeuta pélvico.


Bomba peniana


Bomba peniana em uma prótese


Como foi relatado acima, há outros recursos fisioterapêuticos que podem ser utilizados. É importante lembrar que cada paciente é único, portanto cada paciente receberá um (ou mais) destes recursos fisioterapeuticos. Além disso, nem todo fisioterapeuta pélvico trabalha com todos estes recursos, sendo que cada profissional tem maior ou menor familiaridade com cada um deles.


Espero que tenham gostado! E procure sempre o fisioterapeuta pélvico. Não usem qualquer destes recursos sem orientação profissional do fisioterapeuta.


Grande beijo

Bianca F. Herbe